O profeta Elias vivenciou seu chamado em um tempo onde o povo de Israel era governado pelo rei Acab. Este rei além de imitar os pecados e erros de seus antecessores, também construiu um altar de idolatria ao deus Baal, desagradando assim a Deus. Na verdade Acab não só desagradou a Deus, como a Palavra diz que ele O irritou:

“Pôs um altar de Baal no templo de Baal que tinha construído em Samaria, ergueu um poste idolátrico e cometeu ainda outros pecados, a ponto de irritar o Senhor, Deus de Israel, mais do que todos os reis de Israel que o antecederam”. 1 Reis 16,32-33.

Devido a todo pecado de idolatria que o rei cometia, o povo também começou a converter seu coração a isto, abandonando ao Senhor e adorando a Baal. Os tempos antes de chuva e fartura passaram a ser de grande seca, fome e morte. Afinal, é isto que a idolatria ocasiona: Aridez, insatisfação, onde a todo momento sentimos que algo nos falta e aos poucos nos leva a morte. Não porque Deus nos abandonou, mas porque nós escolhemos nos distanciarmos Dele, que é Vida, Plenitude e Graça. Graça esta que não se contenta em nos ver distantes Dele, e assim sempre insiste em nos chamar de volta, revelando Seu amor de misericórdia.

Apesar do pecado de Acab e do próprio povo de Israel em construírem um altar a Baal, Deus se revela por meio de Elias a fim de que o povo volte a enxergar que somente Ele é Deus. Elias provoca os falsos profetas de Baal a realizarem o seguinte: Que construam o altar para o holocausto, e clamem cada um ao seu Deus para que mandem fogo ao holocausto. Os profetas de Baal iriam clamar a este deus, e Elias, sozinho, clamaria ao Senhor. Aconteceu que os profetas de Baal começaram a invocá-lo pela manhã e foram até pouco mais do meio dia, sem ouvirem respostas de seu deus, sempre gritando, dançando exageradamente e até retalhando-se a fim de que Baal os ouvisse e mandasse o fogo para o altar do sacrifício, porém com todos seus esforços nada conseguiram.

Chegou a vez de Elias. O profeta, sozinho, iniciou refazendo o altar a fim de glorificar ao Senhor. Colocou 12 pedras, representando as doze tribos a fim de recordar que o Senhor que chamou e fez cada uma destas e por elas formou Israel, empilhou lenha, esquartejou o novilho de oferenda e o colocou na lenha. Além disso pediu que o altar fosse enchido de 4 talhas de água por 3 vezes, ou seja, foram 12 talhas de água que molharam o altar, o holocausto e a lenha, para que assim quando Deus enviasse o fogo fosse demonstrado que até com o altar encharcado de água, onde não fosse possível atear fogo, o poder Deus seria maior.  E assim, ao primeiro clamor de Elias, o fogo caiu e devorou tudo: Lenha, holocausto, pedras, poeira…Até o ponto de a água secar.

Com 12 pedras Elias glorificou ao Senhor, dando a Ele a honra e glória que somente Ele é digno de receber. As 12 pedras, que significavam cada tribo de Israel, era para que o povo também recordasse quem os constituiu, quem os formou, e assim abandonasse a idolatria de um deus que frustrava seus pedidos, que era negligente com sua situação de seca e fome, que os levava a morte. Um deus que para ser ouvido era necessário esforços humanos, ao ponto de o povo achar que precisavam mutilar-se para serem ouvidos. Será que nós estamos reconstruindo altares a Deus, sabendo quem Ele é e que Ele nos fez, ou estamos adorando a deuses desconhecidos, que nos ferem e nos levam a morte?

Nosso altar hoje ao Senhor não é feito com 12 pedras de Israel. Mas colocamos ao Senhor que estes 12 anos, como cada tribo, declarando que somos quem somos por causa Dele. E que todo espírito de idolatria seja aniquilado a partir do fogo que o próprio Deus faz cair e a tudo devora.