Esse texto é para as crianças e adolescentes, e também para os pais das crianças e adolescentes.

Poucos são os relatos sobre a vida de Jesus em sua infância e juventude, porém os textos que narram sobre esses períodos de sua vida são justamente de grande relevância e um destes é sobre a ida da Sagrada Família a Jerusalém, na Páscoa, com Jesus aos 12 anos.

Em Lucas 2,41 a Palavra afirma que já era costume da família de Jesus ir anualmente a Jerusalém naquela época para a festa da Páscoa. Com isto podemos perceber que, mesmo Jesus sendo Deus, ele também era humano e por isso foi fundamental que sua família o instruísse e educasse na fé.

Aqui nos dirigimos aos pais de jovens e crianças, de não terem receio de introduzirem seus filhos no caminho da fé. Utilizamos da palavra caminho de forma proposital, pois quantas não foram as vezes que Maria e José colocaram-se a caminho por Jesus e com Jesus? Desde o princípio! Quando Maria se pôs a caminho rumo a Isabel, quando José e Maria se colocaram a caminho rumo a Belém e ali nasceu Jesus, quando ambos novamente tiveram de caminhar já com Jesus bebê para fugir de Herodes, em seguida retornando a Nazaré…tantos são os caminhos que os pais de Jesus fizeram, e todos foram essenciais em sua vida, muitos para salvá-lo literalmente.

Clamamos hoje que as famílias sejam os primeiros a peregrinarem com seus filhos neste caminho chamado fé, pois em algum momento estes jovens peregrinos colocarão seus pés no chão e irão para as próprias rotas que Deus lhe indicar, por vezes são caminhos que podem os pais temerem, mas se sabem que seus filhos são primeiramente filhos de Deus, então terão a paz de que estes, como diz Jesus após se afastar de seus pais: “devo estar naquilo que é de meu Pai” (Lc 2,49).

Aos jovens é necessário que algumas coisas essenciais ao caminharem na fé. Primeiro a sensibilidade e humildade de deixarem-se ser instruídos pelos mais velhos. As vezes os pais não fizeram este processo de caminho com o filho, porém sempre há alguém, que por providência, vem nos ajudar nos primeiros passos. A quantos não foram as avós, outros os professores de catequese, ainda outros que o/a pastor(a) foi a referência e ensino nos primeiros passos de caminho? E a cada um destes é necessário que a criança e o jovem tenham um coração ensinável e dócil. Jesus o fez assim com seus pais, mas também com os mestres no templo, ouvindo e perguntando. Sim, perguntando! Pois quando feitas de forma verdadeira as perguntas edificam a fé.

Outro ponto essencial é ter coragem e confiança em quem Deus o fez a ser. Jesus sabia quem Ele era e qual seu propósito e por isso não tinha receio de falar com aqueles homens no templo – mesmo que eles fossem mestres ; pelo contrário, a sua ousadia aos 12 anos levava aqueles homens a ficarem maravilhados com sua inteligência e respostas. Talvez você se ache novo demais ou que é preciso ter determinadas habilidades para conseguir servir a Deus, mas a verdade é que a todo tempo e por toda pessoa a Boa Nova precisa ser anunciada. Algumas pessoas olham para o Kadosh e nos veem também assim, afinal, perto de tantas outras comunidades temos 12 anos, mas com 12 anos já assumimos nosso caráter, nosso propósito e nossa identidade. Assuma você também, jovem ou criança, e lembre sempre que Jesus não usou da sua idade como impedimento.

Por fim, mas não menos importante, é necessária a obediência aos pais. Após Deus são eles as maiores autoridades na vida do filho. E se não sabemos obedecer a nossos pais há sinal de que também não estamos sendo obedientes ao nosso Pai no céu. Quando nos relacionamos com Deus aprendemos a amá-Lo, a confiar Nele e por isso obedecer, pois só se obedece em quem se confia. Reveja como tem sido a sua obediência a Deus e também aos seus pais, e se em ambas há falhas, então realize o processo de relação: Amar, conhecer, confiar e obedecer. Não é fácil, porém amar sempre é sair de si e da sua comodidade.

Nestes 12 anos de família Kadosh oramos para assumirmos o caminho da fé, que discipula a tantos irmãos, e para não termos receios quanto ao tempo. Oramos também pelas famílias de nossa Comunidade, a fim de serem aquilo que Deus quer que sejam: Santas!