Nossa história é sempre atravessada pela vida de Jesus, mesmo para os que não creem não é possível que um ser humano não venha em algum momento ser alcançado e tocado pela vida Dele. Na vida da mulher que sofria com hemorragias não foi diferente, estando já há doze anos adoecida, gastando tudo o que possuía na busca de cura, esta mulher não só teve seu caminho atravessado por Jesus, como permitiu experimentar do Seu poder.
A história desta mulher é a resposta para aqueles que, como o apóstolo Filipe, caminham a tanto tempo com Jesus, mas ainda não O conhecem. Enquanto Filipe convivia diariamente com Jesus e ainda assim pediu para que Jesus mostrasse a ele o Pai (Jo 14,8), a mulher hemorrágica via Jesus distante, porém O conhecia de forma íntima. Por vezes temos dificuldade em vivenciar esta intimidade com Jesus devido a uma mentalidade que cobra Dele a necessidade de revelações, palavras, visualizações etc, quando na verdade a intimidade consiste em confiar em quem Ele é. Filipe pedia comprovações, a mulher confiou que só de tocar seria curada.
Conhecer Jesus não é a respeito do que Ele pode nos oferecer. Recentemente temos cantado que não viemos atrás de bênçãos, pois Jesus não deve nada a nós. Na história da mulher hemorrágica podemos a princípio pensar que ela veio sim atrás de benção, afinal, ela queria ser curada, porém ela não foi a Jesus para pedir, mas foi para tocá-Lo e isso já era o bastante para que fosse curada. Ou seja, antes de querer que Ele desse a cura, ela sabia que Ele é A Cura. Não é o que Jesus ia dar, mas o que Jesus já era para ela.
Não é sobre o que Jesus vai fazer pelo Kadosh em mais um ano, mas é o que Jesus já é para o Kadosh todos esses anos. Não é o que Jesus vai nos dar, mas é o que Jesus já deu a nós na Cruz: Ele mesmo.
Continuamos sim a orar pela cura dos irmãos, por nossa cura, porém sabendo que Ele é e não que Ele vá chegar com um presentinho e nos dar. Ele é nosso maior presente.
Convido a você a olhar para nossa vida comunitária e perceber onde há enfermidades nossas que estejam a nos corroer por tantos anos, enfermidades que possam surgir justamente pela ausência nossa de conhecê-Lo, como Filipe, e achar que precisamos de uma revelação. Que a nossa oração seja pedindo por intimidade com Ele, para que Ele seja a nossa cura. Em nossas vaidades, seja Ele a cura pela humildade. Em nosso egoísmo, seja Ele a cura pelo despojamento. Em nossa descrença, seja Ele a cura pela confiança. Seja Tudo.