Entre a saída de um Egito rumo a uma Canaã há sempre um caminho a ser percorrido, e por vezes esse caminho é o deserto. Quando Deus chama o povo para a terra prometida Ele não diz que no outro dia já estariam tomando posse da terra, mas que estariam entrando no caminho da promessa. E o caminho da promessa iniciava-se na decisão do povo em ter coragem e sair do Egito e caminhar no deserto por um tempo que talvez nem eles mesmos imaginassem, um tempo de 40 anos que se talvez soubessem não tivessem ido. Porém uma coisa sabiam: Deus, o mesmo que promete a terra deles, é o Deus que caminha com eles no deserto. Na verdade Ele era o caminho. E o passo de fé era justamente esse: Saber que Deus era a providência. Não é que Deus iria prover, mas Deus é o próprio prover.
Nos primeiros passos de Israel caminhando pelo deserto a Palavra relata que eles caminharam por 3 dias sem achar água. O “cômico” é que o povo acabava de sair da experiência de andar no meio do mar e agora caminhava no meio da areia sem água. Ao encontrarem o primeiro local que havia água não foi possível beber, pois a água era amarga. Até que Moisés intercede a Deus, que dá um tipo de planta – os estudos indicam que seja a Moringa – que purifica a água e assim torna-a possível para o povo beber. Porém o prover de Deus não para aí, pois após caminharem mais um pouco, chegando a Elim, o povo não só encontra um pouco de água, mas o próprio Oásis com 12 fontes de água e 70 palmeiras.
Nós sabemos que a água é vital para todo ser vivo, ou seja é uma necessidade, e com isso imaginemos ser este povo de Israel nestas circunstâncias: Sair do glorioso momento de andar em meio ao mar e então passar a caminhar por 3 dias sem ter água. Meu pensamento seria: ‘’Deus, o Senhor podia tirar coisas que não me são necessárias, coisas supérfluas, vãs, mas ÁGUA? Como é que eu chego na Tua promessa sem aquilo que é básico para eu viver?’’. E afinal nós costumamos mesmo acreditar que podemos abrir mão de coisas que nos apegamos de maneira vã, que não acrescentam em nada no caminho, porém e se até o que nos é necessário chegar a faltar?
A resposta é a mesma de sempre: Deus basta.
Esse episódio da água nos faz ter atenção a 5 coisas:
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O Deus que me chama a andar nas águas, ou seja, nos momentos mais gloriosos, é o mesmo Deus que caminha comigo quando aparentemente não tenho nada. Ambos os momentos exigem de nós esse entendimento de que Deus não nos abandona, independente de a circunstância for ou não favorável;
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Não adianta querer fazer as coisas pelas nossas próprias mãos. O povo andou e enfim achou água, mas a água era amarga. Por vezes, já cansados de caminhar, queremos resolver as coisas ao nosso modo, porém o nosso modo é falho e insuficiente, tal como a água amarga. Tinha água, mas de que adiantava se ela não era possível de beber? Talvez hoje você e eu tenhamos dado um jeito de resolver determinada situação, porém será que realmente é resolutivo?
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Deus tem poder de mudar a amargura. E isso vale para diversas questões. Você tem característica de ser uma pessoa amargurada? Peça a Deus para que você prove da Água da Vida. Tá passando por uma situação de amargura? Tome posse que Deus é a água doce da sua vida.
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Já diz a famosa música: ‘’Esperar é caminhar’’. O povo chega a Elim e encontra as 12 fontes de água. Se tivessem continuado andando, e não parado para beber água amarga, teriam chegado antes em Elim e desfrutado do Oásis. Ou seja, Deus não estava descuidando de Israel, Ele sabia que o povo estava com sede, e já tinha preparado o Oásis, porém pela impaciência preferiram parar e fazer por conta própria. Na nossa vida é preciso ter este entendimento: É melhor continuar caminhando confiando que Deus está cuidando de tudo, do que ficar tentando, como dito no ponto 2, fazer as coisas por conta própria sem a benção de Deus.