Um discípulo de Jesus não sabe que é vital ser um discípulo até ser encontrado por Ele e ouvir seu “segue-me”, que ressoa por dentro e transcende o momento do encontro. Este convite adentra a história de vida do discípulo como um todo: passado, presente e futuro centralizados na pessoa de Jesus.
Não existe nenhum chamado mais profundo, mais provocativo, mais real, mais duradouro do que o de Jesus. A escolha por Jesus nos confronta e nos coloca em meio a tantos questionamentos, mas é feliz aquele que lança fora o medo e atende ao vocare de Jesus.
Estar perto do Cristo e sentir o pulsar da Sua Vida, faz-nos perceber que não é mera impressão, não é apenas coincidência. Ele me procurou. Ele se atentou. Ele se interessou por mim, pela minha pessoa. Ele volveu o Seu olhar para minha vida frágil e limitada. Ele fez sua escolha sem precisar basear-se em mais nada a não ser na Sua própria vontade, que não falha, não tarda, não se desdiz.
Ser notado por Jesus, ser alcançado por sua inigualável visão é algo extraordinário e incomparável. Ele consegue trazer à tona tesouros que estavam escondidos dentro de cada um de nós, em baús fechados. Ele eleva a nossa capacidade de confiar que tudo pode ser transformado, que tudo pode ser, n’Ele, plenificado.
Ele preenche, com a Sua palavra, lacunas existenciais existentes que até então se encontravam sem resposta. Qual o mestre que confia e valida seu aprendiz logo de cara? Nenhum o faz sem antes submeter-lhe a horas de estudo, treinos e provas. Ele, porém, subverte a ordem das coisas. Ele contradiz estruturas humanas. Ele faz como lhe apraz.
Sua iniciativa é livre e soberana e o resultado dela são discípulos que se levantam para O seguir. Jesus não se utiliza de força, de ideais utópicos, de imposição para nos convencer. Ele apenas é e quando o que Ele é se revela, imediatamente ecoa a si mesmo em nosso ser. Em nós, é gerada a necessidade, constante, diária e verdadeira de ser discipulado.
Ele conta comigo! Sou tomada pela visão que Ele tem de mim. Sou instigada pelos Seus desígnios e logo faço parte do Seu chamado, que é irrevogável e intransferível. A missão que Ele estabelece é tão grandiosa que, humanamente meditando, parece até que um discípulo a mais ou a menos não fará diferença.
Entretanto, não é para o aparente tangível que Ele nos chama e, sim, para o absoluto intangível. Ele escolhe vidas que não estão prontas, que não são obras acabadas, mas que serão cruciais para seus desígnios que vão se revelando a seu tempo.
Na jornada discipular, Jesus exorta, ensina, reanima, renova, mas, acima de tudo, ama os seus escolhidos. Em sua infinita graça, Ele transfere autoridade e unção. Ele nos equipa para grandes obras e não nos deixa sozinhos. Ele permanece conosco e Sua presença é suficiente.
Não deixaremos de ser seus discípulos, seus aprendizes e não há nenhum demérito nisso. Essa é a nossa posição e com entendimento de que sabemos o nosso lugar é que celebramos e queremos que apenas um nome seja elevado até o fim: Jesus.
Jéssica Costa (Comunidade Kadosh)